segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Defesa Civil não têm plano B para resolver colapso de água na PB


O cenário da Paraíba é desolador e os municípios não têm um plano B para tentar driblar a crise hídrica, consequência da longa estiagem. A Defesa Civil do Estado não tem uma estratégia definida para suprir a falta de água na Paraíba, no caso de os mananciais secarem totalmente, principalmente nos municípios de Campina Grande, Sousa, Patos e Cajazeiras.

Segundo o coordenador George Saboia, a principal estratégia do Governo do Estado ainda é esperar a conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco, apenas estimada pelo Governo Federal para o início de 2017.

Sobre outras estratégias, Saboia disse que há alguns planos sendo estudados por técnicos do Governo do Estado e do Ministério da Integração, mas que não poderia revelá-las no momento, porque ainda não há uma definição do Governo Federal sobre qual deles será viável. "Temos pessoas nossas em Brasília participando dessas discussões e podemos assegurar que teremos água para os paraibanos, mais ainda não há definição", concluiu.

0 sangrando

35 têm mais de 20% do volume total

32com menos de 20%

60 com menos de 5%

Açude São Gonçalo em Sousa

Araçagi é opção para CG

Campina Grande, a segunda maior cidade do Estado, está com o principal reservatório (o açude de Boqueirão, com 6,1% da capacidade) em iminência de secar. De acordo com o coordenador da Defesa Civil, em Campina Grande, Ruiter Sansão de Nazareno Tavares, explicou que existem sete metas contempladas no último decreto de emergência renovado pelo Governo Federal no dia 6 de outubro de 2016, com duração de 180 dias, para o caso do abastecimento de Campina Grande entrar em colapso. O primeiro deles é a contratação de caminhões-pipa que deverão trazer água do açude Araçagi, na cidade de mesmo nome, a 101 km de Campina Grande, que está com 56.427.887 m³, 89,2% de sua capacidade máxima, para distribuir em 1.000 caixas d’água de 10 mil litros cada, que serão colocadas em pontos estratégicos do município.

“É claro que isso seria cenário de guerra. Porque se chegarmos a esse ponto, teremos que distribuir as caixas em locais estratégicos para a população fazer fila e pegar água. O Exército teria que ficar a frente disso para manter a ordem, porque as pessoas, não importa de onde sejam, vão procurar as cidades que tem plano. Pelo menos a gente tem um, e as outras que não têm?”, disse Ruiter.

Além de Campina Grande, o açude Araçagi poderá abastecer mais de 40 municípios da região, embora a distância seja uma dificuldade a mais que, segundo a Defesa Civil, já foi pensada pelo Governo Federal. “Enche o caminhão-pipa e volta para entregar. Esse percurso pode superar 100 km de distância. A logística é difícil. Qual a solução alternativa que vemos: perfuração de poços ou instalação de dessalinizadores”, disse Ruiter Tavares. O projeto, conforme explicou, foi encaminhado e o prefeito Romero Rodrigues esteve em Brasília semana passada para discutir o assunto, embora essas metas, segundo Ruiter, já estejam contempladas no decreto de emergência com o intuito de  garantir o mínimo de atendimento em água e alimento à população afetada pela seca no caso de um colapso hídrico.

Ruiter explicou ainda que a Gerência Regional da Cagepa pontuou que outra alternativa viável, mas muito demorada, seria trazer água de Acauã. “Mas é uma operação de guerra e só ficaria pronta em 12 meses. Também foi descartado trazer água do Açude Saulo Maia, em Areia, porque é pequeno e o prazo é quase o mesmo”. Ele acrescentou que o Açude José Rodrigues, no distrito de Galante, também foi descartado por conta da alta concentração de cloreto.

A esse respeito, o presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba, João Fernandes, disse que não há porque os campinenses se desesperarem, pois a chuva ou a transposição irá chegar antes do colapso. “Se Campina tem esse plano em caso de colapso, o Estado tem outros, o primeiro deles é esperar pela chuva, o segundo pela transposição. A água chega em Monteiro em abril. Acredito que em Campina chegue 45 dias depois. O fato é que o governo não vai perder a oportunidade de entregar uma grande obra ao país. As obras do eixo Leste andam muito bem e não há porque duvidar”, defendeu o presidente.

Correio da Paraíba

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.