sábado, 31 de janeiro de 2015

Agricultura familiar poderá ter fundo de apoio



Iara Guimarães Altafin |

Para reforçar o financiamento de ações de apoio à agricultura familiar e ampliar a política de compras públicas de alimentos produzidos por esse segmento, a senadora Ana Rita (PT-ES) apresentou projeto para a criação do Fundo Nacional da Agricultura Familiar. A matéria está em discussão na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA).
De acordo com a proposta (PLS 412/2014), o fundo será composto, entre outras fontes, por dotações do Orçamento da União; doações e aportes de entidades e pessoas físicas, nacionais ou estrangeiras; e convênios ou acordos firmados com entidades públicas e privadas, nacionais ou estrangeiras.
Ana Rita propõe que os recursos do Fundo Nacional de Agricultura Familiar sejam aplicados na compra e manutenção de equipamentos utilizados pelos produtores e na formação de agricultores familiares que se dedicam à produção agroecológica.
Ela sugere ainda a destinação de recursos para programas de assistência jurídica às organizações de agricultores familiares, para reforçar a gestão das propriedades e para programas de pesquisa científica, visando melhorar a qualidade da produção familiar.
A autora reconhece avanços das políticas públicas voltadas a esse segmento do campo, como a ampliação do Programa Nacional de Desenvolvimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do Programa de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar (PGPAF) e do Programa Garantia-Safra.
No entanto, ela considera necessário assegurar recursos de forma permanente e institucionalizada, por meio de um fundo específico. Conforme ressalta Ana Rita, a medida se justifica pela importância da produção agrícola familiar, responsável por parcela significativa dos alimentos produzidos no país.
O projeto aguarda designação de relator na CRA. Após ser votado nessa comissão, o texto seguirá para deliberação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

FONTE: Agência Senado

Tereza Campello defende mais crédito para ampliar Brasil sem Miséria

Marcelo Brandão - Repórter da Agência Brasil      Edição: Stênio Ribeiro
 
 *Agência Brasil
 
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, apontou hoje (30) os próximos passos do governo para aumentar a inclusão social e econômica nos próximos anos. Ela destacou a importância de ampliar o acesso ao crédito, inclusive aos microempreendedores.
“O crédito tem que ser melhorado. Temos, por exemplo, um avanço grande no crédito público dos nossos bancos, mas precisamos melhorar essa ação.Temos todo um esforço do Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas] de ampliar a formalização. Temos agora que avançar na qualificação desses microempresários”, disse ela, ao lembrar que o lema do atual governo, "Pátria educadora", abrange várias áreas da educação.
“Quando falamos em pátria educadora, não estamos nos referindo exclusivamente à agenda de educação formal. Esta é uma agenda ampla. O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) se insere nesta agenda; levar assistência técnica e conhecimento aos produtores rurais também é parte desta agenda”, ressaltou.
A ministra esteve na apresentação dos resultados do Programa Brasil sem Miséria, executado entre 2011 e 2014, e destacou os números obtidos. Segundo os números divulgados pelo governo, todas as metas foram cumpridas e algumas até ultrapassadas. O documento mostra que, em dezembro de 2014, o Pronatec registrou mais de 1,57 milhão de matrículas em cursos de qualificação profissional. O Bolsa Família, por sua vez, chegou a 14,1 milhões de famílias atendidas, com investimentos de R$ 26,3 bilhões. Os dados do governo dão conta de 22 milhões de brasileiros saídos da miséria.
Tereza criticou as notícias divulgadas no início da semana, que mostraram a estagnação do país, bem como da América Latina, na redução da miséria. Ela explicou que os dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) já haviam sido divulgados em setembro de 2014 pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). “A Pnad foi divulgada no dia 18 de setembro de forma transparente, depois virou assunto de novo. Toda vez que alguém solta um relatório em cima do mesmo dado, de novo isso vira um assunto, lamentavelmente. Quando sai o mesmo dado várias vezes e o dado é positivo, não vira assunto.”
Sobre os dados, especificamente, a ministra defendeu a análise da trajetória da política pública no país, e não apenas de um “ponto da história”. Segundo ela, é preciso “olhar a trajetória. Achamos que continua sendo uma trajetória de redução da extrema pobreza. A extrema pobreza na América Latina vem caindo muito, caiu quase 60% se olharmos os últimos 20 anos. Quando se olha o Brasil, caiu 80%”, afirmou a ministra.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

#SalaSocial PM baiano desvenda significados de tatuagens no mundo do crime

Estudo levantou 50 mil documentos e fotos em presidios e delegacias, institutos médicos legais, jornais, revistas e redes sociais, além de raras entrevistas com detentos
Palhaços, índias, magos, caveiras, bruxos, serpentes, polvos, aranhas, peixes, anjos, santos e demônios são figuras comuns nos presídios brasileiros.
Há pelo menos 10 anos, o capitão da Polícia Militar baiana Alden dos Santos se dedica a traduzir os significados destas e outras imagens desenhadas nos corpos de presos e suspeitos de crimes no Brasil e no exterior. Seu estudo sobre os significados das tatuagens gerou uma cartilha, adotada oficialmente como apoio a investigações pela PM da Bahia.
"Foram detalhados os significados de 36 imagens associadas a crimes específicos", diz o capitão. "Muitas delas, além de se repetirem em todo o país, aparecem nos mesmos padrões em países como Estados Unidos, Rússia e locais na Europa."
Além de símbolos mais conhecidos, como palhaços (associados a roubo e morte de policiais), magos ou duendes (comuns entre traficantes), a pesquisa identificou recorrência inusitada de personagens infantis, como o "Diabo da Tasmânia", o "Papa-léguas" e o "Saci-Pererê".
O primeiro sugeriria envolvimento com furto ou roubo, principalmente arrastões. Já o Papa-léguas - ou sua variação mais comum, o "Ligeirinho"- indicaria criminosos que usam motocicletas para o transporte de drogas.
Tatuagens com o demonio da Tazmania sugeririam envolvimento com furto ou roubo, principalmente arrastões
O Saci também teria relação com o tráfico: seus portadores seriam responsáveis pelo preparo e distribuição dos entorpecentes.
Foi pelas redes sociais que a pesquisa de Alden encontrou popularidade: mais de 5 mil pessoas acompanham suas postagens no Facebook sobre supostas conexões entre crimes e tatuagens, além de casos policiais não registrados pela grande mídia.
Pelo YouTube, os vídeo publicados pelo PM já foram vistos mais de 600 mil vezes. Oresultado final do estudo já foi baixado pela internet por mais de um milhão de pessoas.
Figura do 'papa-léguas' ou 'ligeirinho' indicam uso de motocicletas para distribuição de drogas

Estigmatização?

Aproximadamente 50 mil documentos e fotos foram coletados pelo PM: eles vêm de presídios e delegacias, institutos médicos legais, jornais, revistas e redes sociais - tudo isso somado a raras entrevistas com detentos de prisões baianas.
"As principais informações infelizmente não vieram dos presos em si. Há um forte código de silêncio. As conclusões vieram mais pelo cruzamento de dados", diz. Ele explica: "Levantamos, por exemplo, todos os presos que tinham tatuagem do Coringa e cruzamos com suas sentenças. Havia um padrão claro em seus delitos."
Mais conhecidas, tatuagens de palhaços costumam ser associadas a roubo e morte de policiais
O padrão, segundo o militar, indica "roubo e envolvimento com morte de policiais".
"Portadores desta tatuagem demonstram frieza e desprezo pela própria vida", explica o PM. "A maioria parece absorver as características deste personagem - insano, sarcástico, vida louca. Normalmente não se entregam fácil e partem para a violência."
Questionado sobre a estigmatização que a pesquisa poderia provocar sobre quem tem imagens pelo corpo, o policial militar diz deixar claro que cidadãos "nunca poderão ser abordados somente por apresentarem tatuagens descritas na cartilha".
Aranhas indicam suspeitos que agem em grupo; são associados a caçadores que 'esperam pacientemente pelas presas, as prendem e as matam'
"Nosso objetivo não é discriminar pessoas tatuadas, isso seria discriminar o próprio ser humano, que há muito tempo usa tatuagens como forma de expressão", diz o capitão Alden.
Sacis indicariam responsáveis pelo preparo e distribuição dos entorpecentes
Ele diz que, para policiais, a importância do estudo é ajudar o policial a salvaguardar sua integridade física, no caso de tatuagens ligadas a mortes de oficiais.
"Elas também funcionam como mais uma ferramenta para facilitar o trabalho de reconhecimento de suspeitos", diz, citando as imagens de carpas - estes peixes são frequentemente associados à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Segundo o estudo, as imagens acima seriam associadas a membros da facção criminosa PCC

Códigos

Além das imagens figurativas, elementos gráficos, como pontos tatuados nas mãos, também seriam indícios de crimes, segundo o pesquisador.
Um só ponto preto indicaria "batedores de carteira". Dois, na vertical, sugerem estupro. Três pontos, em formato de pirâmide, apontam relação com entorpecentes.
O oficial não teme que a divulgação dos símbolos iniba que a exibição ou confecção de novas tatuagens suspeitas.
"A existência desse material não fará com que as facções alterem seus códigos", diz Alden ao #salasocial. "Por incrível que pareça, em vez de os suspeitos deixararem de usar a imagem que os associam à prática de determinado crime, o que percebemos é a lógica inversa: quanto mais se tem consciência de que a polícia conhece, mas frequentes são as imagens, como uma espécie de desafio."
Segundo o PM, a tendência não se limita ao Brasil.
"O palhaço, com o mesmo significado, é muito comum também na máfia russa, no México, nos Estados Unidos, em Porto Rico. O mesmo ocorre com a índia (mulher cabelos negros e longos, que já serviu para indicar quem tinha autorização do tráfico para portar fuzis, hoje mais associada à prática de roubos).
Imagens de magos são associadas a usuários ou traficantes de drogas

'PM gato'

Não são só as "traduções" das tatuagens que garantem sucesso ao Capitão Alden - mensagens como "Vc é muito gato. Com todo respeito. Mas se faltar com o respeito vc me prende?" e "Tá lindo, Capitão magia" são comuns nas fotos pessoais publicadas pelo PM em sua página.
Chamado de "PM Gato", Alden minimiza o sucesso pessoal nas redes.
"Eu uso a página só para divulgação de trabalhos da polícia", diz. "Mesmo com tanto assédio das mulheres, a intenção da página é profissional."
Ele se diz surpreso com o alcance que suas postagens vem ganhando.
"Gera muita repercussão e isso me dá cada vez mais disposição de alimentar a página. A tatuagem ainda chama atenção, mesmo sendo algo que já faz parte da própria humana", afirma.
*Ricardo Senra - @ricksenra
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2015/01/150128_salasocial_significados_tatuagens_suspeitos_rs

Inflação entra em declínio ainda este ano pode elevar o preço da gasolina, diz Copom

A inflação tende a permanecer elevada em 2015, mas, ainda este ano, entra em declínio. A avaliação é do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que divulgou hoje (29) a ata de reunião na semana passada para definição da Selic, taxa básica de juros da economia e principal instrumento de controle da inflação. O BC, que retomou o ciclo de elevações da Selic em outubro de 2014, reajustou a taxa em 0,5 ponto percentual este mês aumentando-a de 11,75% para 12,25%.


“O comitê não descarta a ocorrência de cenário que contempla elevação da inflação no curto prazo, antecipa que a inflação tende a permanecer elevada em 2015, porém, ainda este ano entra em longo período de declínio”, afirma o documento. Para o Copom, o cenário de convergência da inflação o centro da meta, que é 4,5%, em 2016, “tem se fortalecido”. No entanto, “sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo ainda não se mostraram suficientes”.
O Copom ressaltou que o patamar elevado da inflação reflete ajustes dos preços domésticos em relação aos internacionais e dos preços administrados em relação aos livres. No parágrafo da ata em que detalha os preços administrados, regulados pelo governo, o comitê divulga uma projeção de variação de 9,3% em 2015 ante os 6% considerados na reunião de dezembro do ano passado.
“Entre outros fatores, essa projeção considera hipótese de elevação de 8% no preço da gasolina, em grande parte, reflexo da incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e da PIS/Cofins; de 3% no preço do gás de bujão; de 0,6% nas tarifas de telefonia fixa; e de 27,6% nos preços da energia elétrica, devido ao repasse às tarifas do custo de operações de financiamento, contratadas em 2014, da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)”, diz a ata da reunião.


*Agencia Brasil  http://agenciabrasil.ebc.com.br/

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Com quase 2,8 milhões de inscritos, Sisu 2015 divulga resultados

Yara Aquino - Repórter da Agência Brasil


A primeira edição de 2015 do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) registrou 2.791.334 inscritos. O número é 9% superior ao da primeira edição, em 2014, quando se inscreveram 2.559.987 candidatos. O resultado foi divulgado hoje (26) na página do Sisu na internet.
As instituições de ensino superior com maior número de inscrições foram as universidades federais do Ceará (187.563), de Minas Gerais (186.881) e Pernambuco (177.563). Os cursos com maior número de inscrições foram administração (312.991), direito (262.255), pedagogia (249.348) e medicina (237.267).
O curso de medicina teve a disputa por vagas mais acirrada. A relação de candidato por vaga em medicina chegou a 63,14, seguida pelo de psicologia, com 55,16 candidatos por vaga.
Os cursos mais procurados na primeira edição do Sisu em 2015 (maior relação entre candidato e vaga) foram arquitetura e urbanismo, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP). Em seguida, o de medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e engenharia Civil, também no IFSP.
Do total de inscritos, 53% têm idade entre 18 anos e 24 anos. As mulheres são maioria (57%), enquanto os homens somam 43% dos inscritos.
Do total de inscrições, 51,9% optaram pela modalidade de ampla concorrência, que ofertou 109.810 vagas, 42,7% pela lei de cotas, com 82.879 vagas, e 5,4% pela modalidade de ações afirmativas, com 12.825 vagas. A maior relação de candidato por vagas ocorreu na modalidade de cotas, com 27,99.
O secretário-executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, durante entrevista coletiva nesta sobre o balanço das inscrições no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) de 2015.(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O secretário executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, durante entrevista coletiva sobre as inscrições no SisuMarcelo Camargo/Agência Brasil
"Os estudantes sabem que têm esse direito e podem fazer essa opção, então, observamos que está tendo uma procura e há cada vez mais uma qualificação e disputa acirrada", comentou o secretário executivo do Ministério da Educação, Luiz Cláudio Costa, sobre a disputa por vagas por meio da lei de cotas e de ações afirmativas das instituições.
O Sisu oferece vagas em instituições públicas de ensino superior. Para concorrer, é preciso ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2014 e não ter tirado 0 na redação.
Os candidatos selecionados devem procurar a instituição de ensino para fazer a matrícula nos dias 30 de janeiro, 2 e 3 de fevereiro. Este ano, haverá apenas uma chamada. Os candidatos que não forem selecionados poderão participar da lista de espera, também a partir de hoje, na página do Sisu. O prazo final é 6 de fevereiro.
A edição deste ano oferece 205.514 vagas em 5.631 cursos de 128 instituições públicas de educação superior.

* Agência Brasil

PC-S aumenta em seis capitais na terceira semana de janeiro

Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil           Edição: Graça Adjuto
 
 
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) teve alta em seis das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) da segunda para a terceira semanas de janeiro. O maior avanço da taxa de inflação foi registrado em São Paulo: 0,53 ponto percentual, ao passar de 1,4% na segunda semana para 1,93% na terceira semana.
Outra cidade que teve alta acima da média nacional de 0,23 ponto percentual foi Belo Horizonte (0,37 ponto percentual, ao passar de 1,2% para 1,57%). As demais cidades tiveram as seguintes altas: Salvador, 0,22 ponto percentual (ao passar de 0,94% para 1,16%), Recife, 0,17 ponto percentual (ao passar de 0,97% para 1,14%), Rio de Janeiro, 0,06 ponto percentual (ao passar de 1,68% para 1,74%) e Brasília, 0,01 ponto percentual (ao passar de 0,87% para 0,88%).
A única capital com queda na taxa de inflação da segunda para a terceira semana de janeiro foi Porto Alegre (0,02 ponto percentual, ao passar de 1,2% para 1,18%). A inflação nacional ficou em 1,51% na terceira semana de janeiro, ou seja, 0,23 ponto percentual acima da semana anterior.

* Agência Brasil